Resumo: | O termo coerção sexual é empregue para fazer referência a múltiplas estratégias utilizadas para um fim – relações sexuais – contra a vontade ou anuência expressa da vítima. Nestas estratégias incluem-se uma variedade de comportamentos sexualmente abusivos, tipicamente perpetrados mediante o recurso à manipulação verbal (argumentos continuados, falsas promessas, ameaças de terminar a relação ou ameaças do uso da força física) e/ou à agressão física. O comportamento agressivo é desencadeado após um processo de avaliação complexo, no qual interagem as variáveis pessoais e situacionais, que aumentam ou diminuem o nível de ativação necessário para impulsionar esse comportamento. Sabe-se que as variáveis pessoais como a personalidade, formam o potencial individual de agressão, dirigindo o comportamento, porém a sua relação na explicação da coerção sexual carece de mais estudos. O objetivo principal deste estudo é contribuir para a caracterização dos comportamentos de coerção sexual dos estudantes universitários portugueses, tendo como base explicativa o modelo Big Five e Dark Tetrad. O estudo foi realizado com 112 estudantes universitários com idades entre os 18 e os 30 anos de idade. Para análise, utilizou-se o software IBM SPSS Statistics e o software AMOS. A personalidade medida parece ter poder explicativo no que diz respeito ao facto de o indivíduo adotar um papel de perpetuação ou um papel de vitimização. Porém, o papel dos indivíduos é misto, portanto, ambos explicam quase de forma semelhante os dois perfis. No presente estudo, foi possível observar que os traços de personalidade Neuroticismo e o Sadismo são os que mais predizem o uso de violência entre parceiros íntimos. Por outro lado, a Abertura à Experiência e a Amabilidade estão associadas ao papel de vítima.
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