Resumo: | pesar do reconhecido avanço da medicina no domínio das doenças oncológicas, o cancro continua a ser uma das doenças mais temidas na actualidade e uma das principais causas de morte a nível mundial (Hill, 2001). Esta patologia, de curso silencioso, é geralmente encarada como uma ameaça à vida, sendo para muitas pessoas sinónimo de morte. Caracterizada, na maioria das vezes, por desencadear enorme sofrimento físico e psicológico, ambos associados à incerteza da sua etiologia, diagnóstico, tratamento e prognóstico, não deixa de possuir uma concepção negativa na população em geral. Após o diagnóstico de uma doença oncológica, o indivíduo, é geralmente confrontado com um percurso marcado de medo e angústia. Os que se debatem com esta realidade enfrentam limitações que se expandem habitualmente aos territórios da interacção familiar, profissional e social. Este conjunto de dificuldades, na maioria das vezes propicia o desenvolvimento de vivências depressivas, ou por vezes, o agravamento de tendências já existentes. Com efeito, esta doença incapacitante não afecta somente o doente, mas toda a sua envolvência, particularmente a família. O impacto da doença acarreta inúmeras alterações no seio familiar, podendo desenvolver situações de crise, colocando em risco a sua homeostasia. Deste modo a Psico-Oncologia, nomeadamente a intervenção psicológica, coloca alguns desafios juntos destes pacientes, uma vez que os mesmos têm de conviver com uma doença ameaçadora de vida durante diversos anos.
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