Resumo: | Nos últimos anos temos assistido a um envelhecimento acentuado da população portuguesa e consequentemente ao surgimento de várias patologias associadas, com especial foco nas demências, sendo esta a doença mais comum à medida que a idade avança. As repostas sociais para esta faixa etária têm-se mostrado insuficientes ou inacessíveis, uma vez que, se encontram lotadas ou são demasiado dispendiosas. Consequentemente temos assistido a um maior número de cuidadores informais que prestam cuidados, muitas vezes sem formação ou qualquer experiência, nas suas casas ou nas casas dos idosos. Ser-se cuidador de alguém não é uma tarefa fácil e pode complicar-se exacerbadamente se a pessoa cuidada possuir algum tipo de demência. O Algarve é uma das regiões do país mais afetada pelo rápido envelhecimento populacional, sendo a presente investigação centrada num dos concelhos do Sotavento Algarvio, o concelho o Castro Marim, que apresenta um elevado índice de envelhecimento da sua população. A escassez das respostas existentes para fazer face às necessidades dos cuidadores informais de pessoas com demência, faz surgir a necessidade de desenvolver a presente investigação, que tem como principal objetivo o estudo do impacto das demências, nos cuidadores informais. Para tal recorreu-se a um estudo qualitativo, com entrevistas semiestruturadas a uma amostra de 11 cuidadores informais de pessoas com demência residentes no concelho de Castro Marim. Os principais resultados indicam que estes cuidadores precisam que haja uma intervenção urgente para fazer face às suas necessidades, uma vez que se encontram isolados, sem tempo para si e não contam com nenhuma resposta social/projeto que as minimize.
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