Resumo: | Introdução: A dor musculoesquelética (ME) na idade pediátrica é uma queixa frequente na prática clínica de Médicos de Família e Pediatras, por vezes de difícil caraterização. Apesar de ter frequentemente uma etiologia benigna é indispensável um correto diagnóstico diferencial. Esta queixa geralmente acarreta elevados custos em meios complementares de diagnóstico. A dor ME que tende para a cronicidade pode ter um impacto negativo no bem-estar físico e psicológico da criança e da sua família, comprometendo a qualidade de vida de ambos. Objetivo: Desenvolver um algoritmo de abordagem lógica, multidisciplinar e sistemática que englobe a anamnese, o ambiente psicossocial e o exame físico, de forma a identificar a causa e evitar complicações a longo prazo. Desenvolvimento: Qualquer componente do sistema musculoesquelético pode originar dor. O diagnóstico diferencial inclui inúmeras etiologias, desde reumatológicas, ortopédicas, infeciosas, degenerativas, traumáticas e, mais raramente, neoplásicas. Assim, torna-se fundamental a realização de uma anamnese cuidada, exploração dos antecedentes pessoais e familiares e realização de um exame físico completo. Exames complementares de diagnóstico devem ser orientados pela suspeita clínica, podendo ser úteis no diagnóstico ou exclusão de patologia inflamatória, infeciosa ou maligna. É fundamental distinguir as caraterísticas benignas, bem como os sinais de alarme que devem motivar referenciação. Conclusões: Este tipo de queixa, muito frequente na prática clínica, é um problema que se apresenta muitas vezes de forma indiferenciada e requer uma abordagem sistematizada, de forma a proceder a um diagnóstico correto e a uma abordagem atempada.
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