Pânico e prolapso mitral : o estado presente da relação entre ambos

Depois de 30 anos de discussão acerca da associação entre o prolapso da válvula mitral e a perturbação de pânico, vários aspetos de caráter técnico e de amostragem têm sido apontados recentemente como causadores da relação inadequada entre as duas patologias. No entanto, a revisão da literatura deix...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Lopes, Joana Filipa Ramos (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2013
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10316/31645
País:Portugal
Oai:oai:estudogeral.sib.uc.pt:10316/31645
Descrição
Resumo:Depois de 30 anos de discussão acerca da associação entre o prolapso da válvula mitral e a perturbação de pânico, vários aspetos de caráter técnico e de amostragem têm sido apontados recentemente como causadores da relação inadequada entre as duas patologias. No entanto, a revisão da literatura deixa poucas dúvidas de que ambas as patologias coocorrem frequentemente, estando ou não associadas. Este trabalho de revisão sistemática pretendeu conhecer o estado atual da relação entre ambas e determinar a prevalência da perturbação de pânico nos doentes com prolapso mitral e vice-versa, analisando os eventuais mecanismos implicados nesta relação. As evidências das investigações até agora realizadas têm sido insuficientes para estabelecer ou excluir definitivamente a associação entre as doenças. Verifica-se, contudo, que o prolapso mitral acaba por ser uma patologia cardíaca com eventuais consequências psiquiátricas, uma vez que é mais provável que este possa influenciar o surgimento do pânico do que o contrário. Embora esta seja uma questão teórica importante, na prática clínica verifica-se que normalmente estes doentes apresentam um prolapso discreto e pouco significativo. Mesmo na ausência de uma relação comprovada de causa-efeito entre o prolapso e o pânico e na ausência de um mecanismo de unificação, várias têm sido as hipóteses apontadas para a sua associação. Por um lado pode tratar-se de uma desregulação autonómica ou iónica ou um fator genético a estar na base de ambos os quadros, ou então uma das doenças poderá potenciar o desenvolvimento da outra como consequência fisiopatológica ou apenas psicológica. Por outro lado, pode apenas tratar-se de uma coincidência ou do facto de ambas as patologias serem muito frequentes e, portanto, detetadas com maior probabilidade.