Museu da Paisagem, narrativas e experiência do lugar

O Museu da Paisagem (MdP) é um museu com sede digital dedicado à paisagem e que se encontra disponível em http://museudapaisagem.pt/. Desde abril de 2019, este é um espaço de mediação museológica que pretende promover a valorização, proteção e construção de paisagens sustentáveis, numa primeira fase...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Pina, Figueiredo Helena (author)
Other Authors: Abreu, João (author), Centeno, Maria João (author), Rodrigues, Ricardo Pereira (author)
Format: conferenceObject
Language:por
Published: 2019
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.21/10605
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ipl.pt:10400.21/10605
Description
Summary:O Museu da Paisagem (MdP) é um museu com sede digital dedicado à paisagem e que se encontra disponível em http://museudapaisagem.pt/. Desde abril de 2019, este é um espaço de mediação museológica que pretende promover a valorização, proteção e construção de paisagens sustentáveis, numa primeira fase começando pelo território definido pela bacia hidrográfica do Tejo. A presente comunicação procura ilustrar os processos e a metodologia que esteve na génese da conceção desta plataforma digital e em que medida pensamos contribuir para a formação e consolidação de uma cidadania paisagística. Partindo de um entendimento amplo de Paisagem, que associa as componentes de ordem material, tangíveis, mas igualmente as componentes imateriais, intangíveis e subjetivas, o Museu da Paisagem é um projeto que propõe um modelo flexível de museu que se enquadra numa nova museologia emergente. A proposta pretende-se dinâmica e evolutiva a par das sociedades e constitui um verdadeiro desafio de mediação entre públicos e paisagens. O projeto-piloto possui uma dimensão assumidamente experimental e laboratorial e constitui-se como protótipo para futura expansão a múltiplos segmentos do território. Conta com uma equipa multidisciplinar que integra investigadores, bolseiros e estudantes da Escola Superior de Comunicação Social do Politécnico de Lisboa, tendo como parceiros os Institutos Politécnicos de Santarém e de Castelo Branco e a empresa STRIX. Esta equipa, apoiada por um grupo de consultores especialistas de diferentes áreas disciplinares, desenvolveu uma metodologia para a documentação do território e produção de conteúdos multimédia que serão utilizados num sistema de comunicação transmediático e disponibilizados em diferentes suportes que cruzam o digital e o analógico, expandindo a experiência do visitante leitor e utilizador. Os conteúdos produzidos (textuais, fotográficos e audiovisuais) sobre os diversos “pontos de paisagem” destacam elementos da sua “narrativa” (sons, cheiros, elementos naturais, elementos construídos, histórias e testemunhos de habitantes). O MdP, enquanto plataforma participativa e geradora de conhecimento, representações e diálogos sobre a paisagem, cria importantes desafios do ponto de vista curatorial. Pretende-se que este museu digital possibilite um aprofundamento do conhecimento, das perceções e dos afetos relacionados com a paisagem, através de uma conceção cuidadosa do modo como os seus elementos são mostrados, da representação de diferentes temas e experiências dos lugares e das condições subjacentes à interação do público com a plataforma. Colocam-se aqui também novas questões museológicas. As tecnologias e plataformas digitais têm aberto novas possibilidades no que respeita à facilidade de criação e difusão, mas abriram igualmente portas para a aceitação de entidades com sede digital, de acesso virtual, quebrando as barreiras tradicionais de espaço e tempo. Como criar uma mediação entre os diferentes públicos e um espaço museológico do tamanho de um país e que simultaneamente cabe no nosso bolso, é uma das questões que se impõe. O Museu da Paisagem desenvolve assim uma série de atividades regulares, mediadas por suportes multimédia, que propõem a visita “em sítio” a locais com valor paisagístico, auxiliando os visitantes das diferentes paisagens na leitura e na experiência dos lugares. Apenas com a promoção de uma cultura paisagística se podem construir paisagens sustentáveis e as múltiplas abordagens de reflexão e investigação que este projeto permite assumem especial pertinência no atual cenário económico europeu onde a experiência do lugar é cada vez mais um fator determinante para o turismo e para o desenvolvimento das regiões.