Resumo: | O presente estudo empírico enquadra-se na linha de investigação em cognição histórica e visa analisar as conceções de crianças sobre consciência história e patrimonial a partir do uso de fontes patrimoniais, com destaque para o património azulejar. A investigação, realizada em contexto de intervenção pedagógica supervisionada em duas escolas urbanas do Norte de Portugal (Escola do 1º Ciclo e Escola do 2º Ciclo) - implementada numa turma de 25 alunos do 3.º ano (8-9 anos) e numa de 25 alunos do 5º ano (10-11anos) - a par das preocupações pedagógicas, pretendeu dar resposta às seguintes questões de investigação: “Como interpretam os alunos a evidência nos painéis de azulejo?” e “Que valor atribuem ao azulejar no contexto do património local e nacional e que eventual relevância teve este projeto nessa valorização?”. Pretendeu-se sobretudo perceber: a) que inferências e deduções realizam os alunos quando interpretam fontes iconográficas, com enfoque em painéis de azulejo; b) que relações estabelecem entre a evidência produzida e os conhecimentos históricos que possuem; c) a consciência patrimonial no pensamento destes alunos; d) e se é possível desenvolver ou despertar essa consciência, com sucesso, nesta fase de escolaridade, confrontando as crianças com questões sobre preservação do património. Ao longo das intervenções pedagógicas programadas para a sua persecução, os alunos realizaram várias tarefas com aplicação de vários instrumentos para a recolha de dados: ficha de levantamento de conceções prévias, fichas de trabalho e de metacognição; atelier de trabalho; e visita de estudo a sítios/monumentos com painéis de azulejos em Braga. Este estudo permitiu concluir que o uso desta tipologia de fonte patrimonial (o azulejo) no ensino-aprendizagem de História contribui para a promoção de competências de literacia visual, para a construção de pensamento eminentemente histórico, como meio de aprendizagens significativas de conteúdos de História e de outras áreas como a Matemática e as Expressões Visuais, surgindo como instrumento didático e/ou tema transversal potenciador de um ensino interdisciplinar e abrangente, e de uma consciência histórica, patrimonial e cívica emergente.
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