Resumo: | O Autotransplante do baço é uma técnica cirúrgica de conservação já muito discutida e reconhecida pela bibliografia, mas que ainda não é comunmente aceite e muito menos posta em prática. Este órgão desempenha várias funções por demais importantes para que possamos menospreza-las, essencialmente a função de regulação da população eritrocitária e de vigilância imunitária. O baço não é considerado um órgão vital, mas os esplenectomizados ficam mais susceptíveis a infecções graves IFPE (infecção fulminante pós esplenectomia) que em 50% dos casos leva à morte. A asplenia relaciona-se ainda com a recorrência de neoplasias e com o risco de trombose da veia porta Os traumatismos esplénicos, dependendo não só do grau da lesão, mas principalmente do equilíbrio hemodinâmico do doente, podem resolver-se com tratamento conservador não operatório. Se é obrigatória a laparotomia podemos utilizar a rafia simples ou complementada com cola biológica, próteses peri-esplénicas e esplenectomias parciais. Mas, quando a lesão esplénica é de Grau 4 ou 5 com atingimento do pedículo a única forma possível de conservar as funções do baço é realizar o autotransplante. Descrevo a técnica incidindo no tamanho dos cortes, local e forma de implantação apontando os exames complementares de diagnóstico indicados para comprovar que o autotransplante mantém as funções esplénicas. Faço uma discussão baseada em trabalhos experimentais em animais e humanos que analisaram tamanho dos cortes, quantidade de tecido, local de implantação e métodos para testar a conservação das funções esplénicas. Concluo que sempre que a esplenectomia, em caso de trauma, é inevitável a solução para preservação do órgão é o autotransplante.
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