Summary: | A pessoa em situação crítica vivencia, geralmente, situações de maior ou menor criticidade, com frequente e severa instabilidade. Esta vulnerabilidade, que frequentemente se associa a uma elevada complexidade diagnóstica, conduz à necessidade de se instituírem rigorosos níveis de vigilância, monitorização e tratamento, com consideráveis riscos de mortalidade e morbilidade associados. O cuidado à pessoa em situação crítica visa a manutenção da máxima estabilidade fisiológica dos sistemas corporais, levando frequentemente à necessidade de administração de sedativos e sujeitando a pessoa a períodos de repouso prolongado no leito. Os efeitos negativos do repouso prolongado no leito e da imobilidade para a funcionalidade motora estão bem documentados. De uma forma geral, advoga-se a instalação da diminuição da amplitude articular e da força muscular, como consequência da imobilidade, nas primeiras duas semanas após a admissão em cuidados intensivos. Não obstante, por diversas razões, continua-se a consentir que a pessoa admitida em cuidados intensivos seja sujeita a longos períodos de repouso e imobilidade. A mobilidade contribui para o funcionamento adequado de todos os sistemas corporais, nomeadamente do sistema músculo-esquelético. Quando a actividade motora diminui, por etiologia induzida ou circunstancial, a pessoa em situação crítica fica mais predisposta à imobilidade e aos seus efeitos adversos, nomeadamente a diminuição da força muscular e da amplitude articular. Encontrar um balanço adequado entre o repouso no leito e a mobilização precoce da pessoa em situação crítica revela-se fundamental para a melhoria de resultados. Para além de segura, a mobilização precoce da pessoa em situação crítica apresenta benefícios imediatos e a longo prazo, de onde se evidenciam a prevenção de contracturas musculares ou articulares, a manutenção ou melhoria da amplitude articular e da força muscular e a manutenção ou melhoria da funcionalidade motora.
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