Summary: | Introdução: as doenças neurodegenerativas são um importante problema de saúde pública nos países desenvolvidos e a sua prevalência está em constante crescimento, acompanhando a longevidade cada vez maior da população. Actualmente, não existe um marcador definitivo de diagnóstico. A adopção de biomarcadores neurorradiológicos (TC) para a identificação precoce do DCL e da DA assume cada vez mais uma posição de destaque. Objectivo: experimentar a TC como potencial exame epidemiológico para aplicação complementar da clínica na relação ―vascular-cognitiva‖ do idoso. Métodos: neste estudo retrospectivo procedeu-se à recolha (durante o ano de 2009) de 77 TC-CE escolhidas de forma randomizada, sendo 63,6% de indivíduos do sexo feminino e 36,4% do sexo masculino (região Médio Tejo). Constituiram-se 3 grupos de acordo com a informação clínica providenciada na requisição do exame: grupo I (informação inespecífica, sem factores de risco cérebro-vascular), grupo II (risco vascular sem referência a alteração cognitiva) e grupo III (referência a possível declínio cognitivo). As variáveis avaliadas e correlacionadas foram: a informação clínica, a idade, as lacunas, o ângulo do corpo caloso (ACC), o hipocampo, o parahipocampo, a cisura coroideia, o corno temporal e a hipodensidade justafrontal. Procuramos obter relação significativamente estatística (p<0,05) através da análise intergrupal e relacionando cada variável com a informação clínica e consequente grupo. Utilizaram-se vários testes estatísticos (teste exacto de Fisher, teste K-S, 2 de pearson, ETA, Ró de Spearman) e efectuou-se análise descritiva inicial e análise discriminante final. Resultados: as variáveis que apresentaram relação com a informação clínica foram: a idade (excepto na diferenciação entre o grupo II e III), as lacunas (p=0,001), a espessura do hipocampo (excepto na distinção entre o grupo II e III), a espessura das hipodensidades frontais (p=0,01). Houve diferenças na significância estatística entre o lado esquerdo e direito de algumas estruturas medidas: a largura do corno temporal esquerdo (p=0,003) e direito (p=0,276). Sem relação com a informação clínica: o ACC (p=0,307), o giro uncal do parahipocampo esquerdo (p=0,362) e direito (p=0,053); a altura da cisura coroideia esquerda (p=0,201) e direita (p=0,597). Conclusão: são argumentos de analogia clínica a espessura do hipocampo inferior a 3,2 mm (marcador de eleição) e ao qual deve associar-se outros marcadores (companheiros): as lacunas, a espessura das hipodensidades frontais justaventriculares e, de forma integrada/associada, o ACC e a largura dos cornos temporais.
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