Formação de educadores para a intervenção precoce centrada na família da teoria à prática

Durante muito tempo, os serviços de atendimento a crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE) centraram-se exclusivamente na criança e nos factores a ela associados, visando remediar os problemas que esta apresentava numa intervenção compartimentada entre diversas disciplinas. Progressivame...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Carvalho, Olívia da Conceição (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2019
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/11328/2885
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.uportu.pt:11328/2885
Descrição
Resumo:Durante muito tempo, os serviços de atendimento a crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE) centraram-se exclusivamente na criança e nos factores a ela associados, visando remediar os problemas que esta apresentava numa intervenção compartimentada entre diversas disciplinas. Progressivamente, a investigação vem alterar a ênfase na criança, como centro de intervenção, conduzindo à evolução dos modelos nesta área. O enfoque tradicional dá lugar a uma abordagem centrada na família e de base comunitária, reconhecendo-se também um papel interventivo da criança na modificação do seu ambiente (Sameroff & Chandler, 1975). Bronfenbrenner (1979) vem propor para o desenvolvimento um modelo sistémico e ecológico com aplicação na Intervenção Precoce. Neste modelo, as crianças são vistas como o produto de um ambiente complexo, dinâmico e interdependente. À luz desta conceptualização, a intervenção reconhece a importância da família, deixando de se centrar estritamente na criança. Os pais desempenham, neste contexto, um papel fundamental na melhoria dos resultados obtidos, pelos seus filhos, no desenvolvimento, podendo integrar uma equipa de profissionais que deve ter em conta as necessidades, prioridades e recursos, da criança, da família e da comunidade. A mudança paradigmática, composta pela legislação, o referencial teórico e o suporte empírico, sugere uma visão mais alargada dos serviços de Intervenção Precoce que vem exigir aos educadores/educadoras competências e papéis para os quais a maioria deles não receberam preparação. Partindo desta contextualização, pretendemos prestar o nosso contributo, para o estudo das relações entre a formação dos educadores/educadoras e as suas práticas.Com base nos resultados obtidos, pela análise da informação emergente, concluímos, através das percepções das famílias, que existem, efectivamente, diferenças significativas, ao nível das práticas, entre as educadoras que possuem formação especializada e as que não a possuem, apresentando as primeiras um mais elevado nível de práticas centradas na família, do que as últimas. Estes resultados confrontam-nos com a importância da formação adequada dos educadores/educadoras para uma eficaz intervenção centrada na família, questão que deixa ainda muitos caminhos em aberto.