Summary: | O Instituto Superior Técnico (IST) é uma instituição destinada à formação universitária de engenheiros, criada de imediato pela república (1911). A pretexto do centenário iminente propõe-se uma leitura espacial e artefactual do seu campus, a fim de equacionar sectores, tempos e territórios em que se verificaram os principais processos de endogeneização de tecnologias na sociedade portuguesa. Analisa-se a configuração do campus como sendo uma resultante de territorialidades em tensão no interior do universo das engenharias (civil, minas, electricidade, química, mecânica). Desta dinâmica espacial nasce um cenário propício à formação de colecções: de artefactos técnicos e de artefactos de memória. O caso das oficinas exemplifica o contexto de aparecimento destas duas categorias de objectos. A sucessão de gerações de pessoas e de instrumentos produz uma acumulação de significados e de coisas relativas ao passado, colocando a instituição perante o desafio de institucionalizar a reflexão sobre o papel a atribuir às colecções. Sendo um expoente entre os lugares da modernidade, o campus da Alameda é uma plataforma produtora e indutora de culturas profissionais. Tanto no passado como no presente elas servem para rasgar vias de incorporação de tecnologias na sociedade.
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