| Summary: | Nas últimas décadas, o Ensino Superior português tem sido palco de inúmeras transformações tanto na sua morfologia como na sua composição. Tais mudanças têm sido acompanhadas de preocupações crescentes com as questões da adaptação e do sucesso dos estudantes neste nível de ensino, bem como, por um movimento crescente de problematização do papel/função da Universidade na sociedade portuguesa. Os objectivos de natureza académica/cognitiva (e.g. médias, número de anos necessários para a graduação) têm sido tradicionalmente valorizados como “produtos”, por excelência, da frequência universitária, negligenciando-se o grau de satisfação dos estudantes, e o seu contributo para se atingirem tais objectivos. O presente trabalho procura contribuir para a integração deste tipo de medidas na avaliação da qualidade da experiência universitária, apresentando os procedimentos de construção e validação do Questionário de Satisfação Académica (QSA; Soares & Almeida, 2001). O estudo foi conduzido junto de uma amostra de 938 estudantes do 1º ano de 16 cursos de licenciatura da Universidade do Minho. As análises efectuadas apontam para qualidades psicométricas satisfatórias do QSA (precisão e validade) e revelam ainda que, esta medida, é mais sensível a aspectos decorrentes da experiência universitária dos alunos (tipo de curso frequentado e envolvimento em actividades extracurriculares) do que a características pessoais pré-universitárias (sexo, média de entrada e opção curso/universidade), o que pode tornar o QSA um instrumento eficaz na avaliação da qualidade do contexto universitário, enquanto percepcionada pelos alunos.
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