Resumo: | As hortas urbanas de iniciativa comunitária inserem-se, teoricamente, no campo de estudos da agricultura urbana. A produção de alimentos nas áreas urbanas é um fenómeno em crescente expansão neste início de século, um pouco por todo o mundo. Através desta actividade, os habitantes da cidade procuram não só responder às suas necessidades alimentares, mas também a um diversificado conjunto de problemas sociais, económicos e ambientais. Neste contexto, as hortas urbanas de iniciativa comunitária distinguem-se de outras formas de agricultura urbana por serem criadas e posteriormente geridas por colectivos autónomos de indivíduos. Deste modo, os participantes são os responsáveis por mobilizar os recursos necessários para a criação da horta e estabelecer os mecanismos que permitem oseu funcionamento. O presente estudo debruça-se assim sobre dois casosespecíficos de hortas urbanas de iniciativa comunitária: a Horta do Monte em Lisboa e a Horta Quinta Musas da Fontinha, no Porto. São focados os vários aspectos da sua constituição e as percepçõesdos seus intervenientes, com o objectivo de perceber como se manifesta a participação nestas iniciativas. Conclui-se que, embora o grau de envolvimento dos vários participantes na gestão das iniciativas seja variável, a participação é um factor central em ambos os projectos. Desta forma, a participação numa horta comunitária, para além da satisfação dasnecessidades pessoais dos intervenientes, proporciona a criação de contributos visíveis para o desenvolvimento destes colectivos e das comunidades em que se encontram inseridos.
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