Resumo: | Este trabalho aborda o impacto dos mídia e a sua potencial influência negativa, na satisfação corporal de jovens mulheres comparando portuguesas e inglesas. E diante do surgimento inesperado da pandemia COVID-19, avaliou-se o impacto que a repentina utilização massiva dos meios de comunicação digitais, acompanhada por confinamentos e a necessidade de distanciamento físico, repercutiram nesse domínio. Esta problemática torna-se ainda mais importante devido à sua relação com as Perturbações da Alimentação e da Ingestão (PAI). Neste estudo participaram 296 mulheres (174 portuguesas e 122 britânicas) entre os 18 e 35 anos, que responderam sobre a satisfação corporal e padrão de utilização das redes sociais, em dois momentos (antes e após o início da pandemia) através de um questionário online. Os resultados mostram que as inglesas utilizam mais redes sociais e mais frequentemente do que as portuguesas; no entanto, as portuguesas estão mais preocupadas com a sua aparência e com o tempo que estão expostas aos ecrãs. No que toca à preocupação com a aparência atual comparada com o início da pandemia, ambos os grupos relataram maior preocupação atual, no entanto as portuguesas apresentam índices de preocupação mais elevados. Outro fator relevante foi perceber que após o início da pandemia, as partes do corpo que mais preocupavam as participantes foram face e cabelo, talvez como reflexo da constante exposição às redes sociais. Por último verificou-se uma correção positiva entre a existência de preocupação com a própria aparência e os índices associados à depressão entre as portuguesas. Este estudo apresenta evidências de que o isolamento físico, e em alguns casos também social, e o novo formato de interação social via redes sociais e videochamadas repercutiram negativamente em muitas jovens mulheres e exacerbaram as preocupações em ambas as culturas estudadas nesta dissertação, mais particularmente entre as portuguesas.
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