Resumo: | O conceito de “convivência”, neste texto, insere-se num discurso sem qualquer preocupação de posicionamento sobre o binómio de tolerância/intolerância, que se esgota em si mesmo, numa circularidade redutora de qualquer reflexão científica. O caso invocado, da Mouraria da cidade de Lisboa, convoca esse conceito (na sua etimologia neutra de “viver com”) para um espaço, que, na centúria quatrocentista, se define enquanto zona de vivência da minoria muçulmana transformando-se, na quinhentista - como resultado do processo de cristianização forçada - num bairro em que cristãos-velhos e cristãos-novos mouriscos partilham espaços habitacionais. Esta noção implica, pois, uma complexa dialética de fatores intersociais e interpessoais, variável em função dos contextos analisados – de resto, tão válida hoje, como no passado.
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