Evaluation of the pork processing chain as a source of pathogenic and antibiotic-resistant Pseudomonas spp. to humans

As Pseudomonas spp., têm uma elevada diversidade metabólica, produzem biofilmes e sobrevivem em nichos ecológicos distintos, incluindo humanos, animais, plantas e o ambiente. Pseudomonas aeruginosa é a espécie mais patogénica para humanos, conhecida pela sua resistência antimicrobiana (AMR). Consequ...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: BOTELHO, Ana Lúcia Roupa (author)
Formato: masterThesis
Idioma:eng
Publicado em: 2021
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10362/132998
País:Portugal
Oai:oai:run.unl.pt:10362/132998
Descrição
Resumo:As Pseudomonas spp., têm uma elevada diversidade metabólica, produzem biofilmes e sobrevivem em nichos ecológicos distintos, incluindo humanos, animais, plantas e o ambiente. Pseudomonas aeruginosa é a espécie mais patogénica para humanos, conhecida pela sua resistência antimicrobiana (AMR). Consequentemente, as P. aeruginosa resistentes a carbapenemos foram recentemente classificadas pelo Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) como uma ameaça séria. Contudo, outras espécies de Pseudomonas também causam infeções em humanos. O desenvolvimento de AMR foi associado à sobreutilização de antibióticos em veterinária, em profilaxia, tratamento e promoção de crescimento. Porém, as rotas de disseminação de AMR entre o ambiente, a veterinária e a clínica mantêm-se elusivas. O porco é uma das carnes mais consumidas mundialmente e as Pseudomonas spp. são contaminantes desta carne. Contudo, nenhum estudo abordou o papel da cadeia de produção de porco na emergência e disseminação de Pseudomonas resistentes a carbapenemos (CRP). Este estudo, pretende determinar se a cadeia de produção de carne de porco constitui um risco para a colonização e infeção humanas com CRP. Neste sentido, rastreámos a presença de CRP nas várias fases da cadeia de processamento, confirmámos a identificação das espécies através de métodos moleculares, caracterizámos os padrões de AMR e avaliámos a produção de pigmentos e crescimento a 37°C. Sequenciámos o genoma de isolados representativos, para verificar a semelhança entre as CRP e descrever o seu conteúdo em fatores de resistência e virulência Para detetar a ocorrência de transmissão de CRP ou AMR comparámos os seus genomas e a sequência nucleotídica de genes de AMR selecionados. Encontrámos uma elevada prevalência (76%) e carga (até 106 CFU/cm2) de Pseudomonas spp. ao longo da cadeia de produção de porco. A carga de Pseudomonas spp. nas superfícies e nas mãos dos operadores de sangria estava acima dos indicadores de referência de higiene. A carga de Pseudomonas spp. nas superfícies do matadouro aumentou após desinfeção e foi superior nas mãos dos consumidores após a manipulação de carne crua, indicando a ineficácia das medidas de higiene utilizadas no matadouro e existência de eventuais procedimentos de risco para colonização humana com CRP. Seis amostras (40%) estavam envolvidas em eventos de transmissão entre as várias fases da cadeia de produção. Os CRP transportavam carbapenemases (PDC-1, SFH-1) e bombas de efluxo (MexAB-OprM, MexMN-OprM, MexPQ-OpmE, MexXY-OprM), usualmente associados à resistência a carbapenemos, e eram resistentes a outras classes de antibiótico (penicilinas, monobactamos, polimixinas). Encontrámos um elevado número de determinantes de resistência a antibióticos (n=7–23), mas a sua transmissão não se provou. Todos os CRP continham bombas de efluxo, com capacidade de transportar, simultaneamente, vários antibióticos e biocidas. Cerca de 40% das Pseudomonas spp. cresceu a 37°C e 12% produziram pigmentos e as CRP continham um número elevado (n=83–251) de genes de virulência. Em conclusão, descobrimos que a cadeia de processamento de porco é um reservatório de Pseudomonas spp. multirresistente (MDR) com um elevado potencial patogénico. Produzimos também evidências que suportam a existência de transmissão de CRP entre as várias fases da cadeia de produção e a sua disseminação para humanos.