Summary: | Introdução: O cardioversor desfibrilhador implantável (CDI) é um dispositivo “life-saving” para doentes com arritmias ventriculares, que representam uma constante ameaça à vida. Apesar da sua comprovada eficácia na redução da mortalidade, o seu impacto na qualidade de vida é ainda fonte de alguma discussão, sendo um tema merecedor de investigação detalhada. Objectivos: Avaliar a qualidade de vida em doentes com insuficiência cardíaca antes e após a implantação de cardioversor desfibrilhador implantável associado ou não a sistema de ressincronização biventricular (BIV). Metodologia: Estudo prospectivo comparando características demográficas, clínicas e qualidade de vida em 40 doentes, distribuídos por dois grupos, portadores de cardioversor desfibrilhador implantável e portadores de cardioversor desfibrilhador implantável associado a sistema de ressincronização biventricular. A avaliação da qualidade de vida foi efectuada através do World Health Organization Quality of Life Questionnaire. Resultados: Nos grupos estudados observou-se uma tendência para o aumento da qualidade de vida ao fim de três meses. Contudo, após um ano, o grupo CDI apresentou scores inferiores no domínio social, ao contrário do grupo que associa BIV e CDI, que registou um aumento dos scores no domínio físico. Conclusão: No âmbito geral, a implantação de cardioversores desfibrilhadores implantados alteram a definição individual de qualidade de vida. Tendo em conta que a condição de base do doente com insuficiência cardíaca apresenta scores médios baixos de qualidade de vida, é imprescindível fornecer ao doente as devidas informações acerca do impacto variável dos CDI.
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