Resumo: | O cancro é nos dias de hoje uma das doenças com maior incidência e responsável por mortes em todo o mundo, sendo por isso uma área de extrema relevância para estudos científicos. Os tratamentos mais desenvolvidos e utilizados para combater esta doença, como a quimioterapia e radioterapia, para além de se mostrarem insuficientemente eficazes em alguns casos, acarretam graves efeitos secundários. Neste sentido, o desenvolvimento de novas opções de tratamento tem sido bastante abordado, particularmente a hipertermia magnética com a utilização de nanopartículas magnéticas (MNPs). Outro material que tem merecido especial atenção da comunidade científica, são as nanoquitinas (NQs), devido às suas propriedades físico-químicas e biológicas, pois não são tóxicas e são biocompatíveis. O alginato tem especial interesse devido à sua não toxicidade e excelentes propriedades na produção de hidrogéis. O objetivo deste trabalho consiste em desenvolver géis híbridos baseados em NQs e MNPs de óxidos de ferro para aplicações biomédicas. As MNPs foram sintetizadas por co-precipitação química, estabilizadas com ácido dimercaptosuccínico (DMSA) para evitar agregação e incorporadas a diferentes concentrações numa suspensão constituída por NQs e alginato. Em seguida a mistura foi reticulada com cloreto de cálcio e produzidos os hidrogéis. A caraterização química e estrutural efetuada aos géis revelou incorporação das MNPs e observações à escala nanométrica mostram que estão distribuídas homogeneamente em todo o hidrogel. Os ensaios de inchamento revelaram que todos os hidrogéis incham para qualquer meio utilizado ou teor de MNPs usado, contudo, verifica-se uma diminuição do inchamento à medida que o teor de MNPs aumenta. Através dos ensaios de hipertermia conclui-se que os hidrogéis quando sujeitos a um campo magnético alternado produzem calor e este aumenta à medida que o teor em MNPs também aumenta. Por fim, através dos ensaios de citotoxicidade, observou-se que nenhuma das amostras é tóxica e apresentam-se como potenciadoras de proliferação celular. Os resultados preliminares obtidos no presente trabalho mostram que os géis produzidos são promissores para aplicações biomédicas.
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