Resumo: | A presente dissertação tem como objetivo avaliar o impacto dos conteúdos pagos no jornalismo impresso, que face a quebras crónicas de investimento publicitário no setor da imprensa, são cada vez mais uma nova forma de financiamento que podem trazer problemas éticos e deontológicos, face à sua aproximação à publicidade, que o Estatuto do Jornalista declara incompatível. Este trabalho analisa três jornais diários - Público, Diário de Notícias e Observador - todos com uma equipa dedicada exclusivamente à produção destes conteúdos, durante os três primeiros meses de 2020. Foram ainda realizadas entrevistas com profissionais do setor e reguladores dos media, incluindo responsáveis da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista e da Entidade Reguladora da Comunicação Social, e consumidores de notícias. Os resultados mostram que a presença destes conteúdos difere de meio para meio: nove no Público, 15 no Diário de Notícias e 70 no Observador, entre janeiro e março de 2020. No entanto, esta presença não deixa de ser significativa já que representa 33% do lucro do jornal Observador no ano de 2020. Para os jornalistas e os leitores, a presença destes conteúdos não é um problema, desde que sejam bem identificados e feitos por uma equipa própria, da qual não façam parte jornalistas.
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