Resumo: | O Livro de Job foi abundantemente usado e comentado pelos Padres da Igreja, sob diversas formas e com diferentes objetivos. Quando os primeiros comentadores retomaram o topos Job, já este gozava de uma longa tradição interpretativa que, desde a versão dos LXX até ao Testamentum Job, prepara o terreno para a rica e “livre” interpretação patrística. Esta foi conciliando as duas grandes representações de Job: de um lado, o Job extrabíblico e da lenda; do outro, o patriarca bíblico. A densidade simbólica e paradigmática deste personagem acabou por pesar drasticamente na hermenêutica do próprio texto. Tudo isto, num esforço continuado de “atualizar” a figura de Job a cada tempo e circunstâncias. É o que procuramos mostrar nestas breves notas sobre a receção de Job na tradição patrística.
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