Summary: | Introdução: A forma mais comum de asma é a asma alérgica ou extrínseca, que se caracteriza pela produção aumentada de anticorpos IgE, em resposta ao contacto com alergénios. Dos doentes com asma persistente grave, que representam 10% dos pacientes com asma, cerca de 5% não estão controlados, apesar da terapêutica do degrau 4. As orientações de 2009 do Global Initiative for Asthma (GINA), incluem estes doentes (com asma no estádio 4 e não estão controlados) num novo estádio, o estádio 5. E é este grupo de doentes que representa o verdadeiro desafio clínico, pois representam uma necessidade médica não satisfeita, que acarreta pesadas implicações. Destas são de destacar a elevada morbilidade e mortalidade, custos económicos consideráveis e diminuição da qualidade de vida dos doentes. Em 2004, uma nova opção terapêutica foi aprovada pelo GINA, para o tratamento dos doentes com asma persistente grave não controlada. Esta terapêutica, denominada Omalizumab, é um tratamento Anti-IgE e tem representado um grande avanço no tratamento da asma persistente grave, de difícil controlo. Objectivo: conhecer a realidade clínica da triagem dos doentes que podem beneficiar do tratamento com Omalizumab e acompanhar a sua evolução clínica e consequente alteração da qualidade de vida Materiais e Métodos: estudo de 3 casos clínicos que foram acompanhados entre Janeiro de 2010 e Setembro de 2010. As variáveis avaliadas foram: Asthma Control Test (ACT), provas de função respiratória, níveis de IgE total e especifica, alterações do plano terapêutico, efeitos secundários associados ao Omalizumab e alterações dos custos relacionados com o controle da doença. Resultados: o algoritmo definido pelo GINA para a triagem dos doentes para o tratamento com Omalizumab não é totalmente cumprido nos casos analisados mas a evolução clínica foi positiva em todos os parâmetros e em todos os casos, sendo mais relevante no caso 1 que era o inicialmente mais grave. Conclusão: No que diz respeito a triagem dos doentes para o tratamento o algoritmo do GINA apesar de ser fácil de aplicar na prática clínica, permite que fiquem fora do tratamento doentes que beneficiam muito dele como os casos apresentados. Em relação aos parâmetros utilizados para monitorização da resposta mostraram-se fáceis de aplicar e com boa sensibilidade e especificidade. A evolução clínica positiva dos casos apoia a eficácia do Omalizumab, já descrita na literatura, em casos de asma refractária às terapias actuais.
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