Summary: | Introdução: O papel da radioembolização (RE) em metástases hepáticas do carcinoma colorretal (mhCCR) permanece indefinido. Esta investigação pretende avaliar os resultados e possíveis fatores de prognóstico da RE nestes doentes. Metodologia: Uma análise retrospetiva foi realizada a todos os doentes com mhCCR que foram intervencionados com uma RE no Instituto Português de Oncologia do Porto, desde janeiro de 2011 a março de 2020. A sobrevida a um ano foi determinada pelo método de Kaplan-Meier e os possíveis fatores de prognóstico foram avaliados usando os testes logRank, Qui-quadrado, de Fisher, Mann-Whitney e teste-t para amostras independentes. Resultados: Trinta pacientes foram avaliados. A idade média foi de 61,5 anos e a maioria dos doentes eram do sexo masculino (63,3%). A dor abdominal foi a complicação mais frequente (40%). O sucesso da RE foi observado em 50% dos casos. Um estádio inferior ou igual a três, níveis inferiores a 20 ng/mL de CEA ao diagnóstico, um tempo livre de metastização mais longo e a ausência de invasão vascular ou linfática ao diagnóstico estão significativamente associados ao sucesso da RE (valores P de <0,001, 0,035, 0,036, 0,028 e 0,020, respetivamente). A sobrevida a um ano de pacientes com ou sem sucesso na RE foi de 9,4 (IC 95%, 1,8-17,1) e 8,9 meses (IC 95%, 7,5-10,2), respetivamente. Conclusão: Vários fatores aumentam a probabilidade de obter uma RE com sucesso. Foi considerada uma terapêutica bem-tolerada, com a maioria das complicações facilmente geridas. Ainda assim, são necessários mais estudos, com amostras maiores, para avaliar a validade da RE.
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