Constrangimentos na prática letiva de professores de ciências sem formação pedagógico-didática

Apresentamos um estudo que é parte de uma investigação mais ampla que, entre outros, teve como objetivos: i) caracterizar o perfil dos professores que lecionam ciências numa Escola Técnico Profissionalizante do Brasil; e ii) identificar constrangimentos sentidos pelos professores sem formação pedagó...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Bachini, Giuseppe (author)
Other Authors: Pires, Delmina (author), Manzke, Vitor (author)
Format: conferenceObject
Language:por
Published: 2020
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10198/20860
Country:Portugal
Oai:oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/20860
Description
Summary:Apresentamos um estudo que é parte de uma investigação mais ampla que, entre outros, teve como objetivos: i) caracterizar o perfil dos professores que lecionam ciências numa Escola Técnico Profissionalizante do Brasil; e ii) identificar constrangimentos sentidos pelos professores sem formação pedagógico-didática na lecionação dos temas de ciências. No Brasil, ainda há a crença de que para ser professor basta conhecer os conteúdos ou, no caso específico do ensino técnico-profissionalizante, saber fazer. Mas só o conhecimento teórico e a experiência não bastam para uma prática docente de qualidade, promotora do sucesso dos alunos, nomeadamente, quando se trabalham temas de ciências. Cada vez mais, para promover uma efetiva educação científica, que contribua para uma verdadeira literacia científica dos alunos, ou seja, que contribua para a formação de cidadãos esclarecidos, com capacidade crítica e de intervenção social, capazes de procurar respostas para situações do quotidiano, com base no conhecimento adquirido, são necessários professores com uma sólida formação científica e pedagógica. Professores com capacidade para inovar pedagogicamente, capazes, por exemplo, de envolver ativamente os alunos no processo de aprendizagem, de explorar os conceitos científicos em relação com o dia-a-dia, tornando a ciência mais contextualizada e mais útil e, portanto, mais motivante e mais atual. Da consideração de que a qualidade da abordagem que se faz em sala de aula é um fator decisivo na aprendizagem dos alunos e no desenvolvimento das suas capacidades, realizou-se um estudo com uma amostra de 29 professores que lecionam ciências numa escola profissionalizante. Recorreu-se a uma metodologia qualitativa, através de questionários e entrevistas e consulta dos registos dos docentes. Dos 29 professores, 14 não têm formação pedagógico-didática. Estes, sem formação pedagógica, identificam vários constrangimentos na lecionação dos temas de ciências, sendo os mais enunciados: a)dificuldade em inovar pedagógicamente, por forma a manter o interesse dos alunos em sala de aula e a desenvolver-lhes o espírito crítico, a argumentação científica, a criatividade etc., que são competências muito necessárias e muito valorizadas na escola e na sociedade atual; e b) dificuldade em aplicar metodologias que envolvam ativamente os estudantes que sempre tiveram a formação no “modelo tradicional” e que esperam que todo conhecimento seja “repassado” de maneira passiva.