Summary: | A Mentira tem-se tornado numa prática cada vez mais comum nas relações humanas da nossa sociedade, revelando-se perigosa se mal utilizada, mas indiscutivelmente útil quando bem conseguida. Torna-se por isto relevante compreender como a Mentira é encarada e usada pelos mais novos, como a lêem no seu sistema de valores e que consequências concebem para quem a ela recorre, nos mais variados domínios da vida social. No seguimento de um trabalho anterior que revelou diferenças nas concepções de Mentira de acordo com o género e o nível escolar, procuramos agora aprofundar esta temática, centrando-nos sobretudo no contexto socioeconómico e cultural dos jovens. Numa análise quantitativa, abordaram-se 202 adolescentes de três instituições escolares da zona de Lisboa, distintas do ponto de vista socioeconómico, tendo os resultados revelado algumas diferenças no campo do desenvolvimento moral entre os jovens das diferentes realidades comparadas. Nos meios menos favorecidos, os jovens revelam uma atitude bastante egocêntrica e hedonista relativamente a várias facetas da Mentira, nomeadamente em questões relacionadas com a gravidade, as consequências e os benefícios que dela podemos retirar, já nos contextos sociais mais protegidos, se verifica uma maior preocupação para com os pares e para com os outros, independentemente da situação própria.
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