Resumo: | A proposta de recuperar uma casa brasonada chamada dos "Lobatos" em Guimarães, adaptando o edificado para novas funções, pretende revitalizar o quarteirão da Caldeiroa, através da vivência do espaço e da valorização do seu significado histórico e arquitetónico. A cidade de Guimarães em especial o seu centro histórico tem vários destes exemplos que testemunham a sua história ao longo dos tempos, defendendo sempre o património já edificado. A reabilitação da casa dos "Lobatos" e a construção de um outro edifício de origem, ligados entre si, engloba conceitos tão diversos como, o passado, a tradição, a modernidade e o futuro. Com base na dissecação dos vários casos similares de referência apresentados poderemos considerar que, não existe uma única forma mais ou menos correta para intervir no património. Entendemos que cada caso deve ser estudado individualmente, tendo em conta as suas especificidades, principalmente no que diz respeito ao valor patrimonial, ao estado de conservação e ao programa que se propõe. A reabilitação urbana dos centros históricos remete-nos, também, para o turismo enquanto setor de atividade com maior possibilidade de inserção nestes espaços, porque só uma cidade que se renova pode ambicionar atrair mais visitantes. Neste trabalho pretendemos integrar o projeto de um hotel de "Charme" com o tecido urbano existente. A memória do lugar foi, no nosso caso, uma das chaves para a criação arquitetónica, e uma característica intrínseca ao projeto. Se construir, à partida, significa adicionar algo de novo, então um projeto de arquitetura não pertence a um lugar somente por ter sido edificado nele, mas antes por incorporar a sua história e a sua memória, recuperando-a, e dando-a a conhecer.
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