Summary: | Em todas as organizações os gestores estão constantemente expostos a grandes volumes de informação resultante dos vários processos organizacionais, o que por si só requer que estes tenham de fazer uma adequada gestão da informação existente. Nesse sentido, os Sistemas de Informação (SI) tornaram-se importantes ferramentas de apoio à gestão estratégica das organizações. Numa organização a estratégia para os SI deve estar alinhada com a estratégia global, de maneira a permitir o cumprimento dos objetivos estratégicos definidos e a facilitar os processos de gestão. Nos últimos anos, os sistemas integrados de gestão passaram a ser amplamente utilizados, sendo encarados como uma boa solução para ultrapassar uma grande parte dos problemas empresariais. Surgem então os sistemas ERP, do inglês (Enterprise Resource Planning), sistemas capazes de integrar e facilitar o fluxo da maioria da informação existente, através de uma única base de dados que se conjuga para um fim comum. A literatura sobre o assunto apresenta uma série de vantagens e benefícios a serem obtidos através da adoção dos sistemas ERPs. No entanto, as dificuldades a serem enfrentadas e a profundidade das mudanças a serem efetuadas para a obtenção desses benefícios é ainda um tema que não está completamente claro no universo das empresas, principalmente nas de pequena dimensão que possuem recursos limitados para investir em tecnologia. O modelo de investigação proposto pretende saber qual foi o impacto e quais foram os efeitos que os sistemas ERP trouxeram para as PMEs Portuguesas, através de um conjunto de variáveis que irão influenciar, por um lado a utilização do ERP e por outro, o valor que se obtém da utilização do mesmo. Essa abordagem parte do pressuposto de que o uso eficiente dos sistemas ERPs precisa de ser verificado de forma a existirem melhorias significativas nos processos de gestão, possibilitando que as empresas definam melhores estratégias de negócio. Através de um inquérito respondido por 87 gestores de PMEs Portuguesas, verificou-se que existe uma predominância na utilização dos sistemas ERP Primavera e PHC, e que o investimento nestes sistemas é reduzido. A funcionalidade assume-se como o atributo mais valorizado pelas PMEs, que procuram melhorar o seu desempenho através destes sistemas. Conclui-se igualmente que fatores como a eficiência e as melhores práticas de implementação exercem uma influência positiva na utilização do ERP. Essa utilização em conjunto com as capacidades de análise influenciam o valor do mesmo. São ainda discutidas um conjunto de implicações do estudo para a gestão e para a academia. Finalmente, algumas das limitações da investigação são resumidas e avançadas algumas possibilidades de trabalhos futuros.
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