Avaliação do comportamento biomecânico da vértebra nativa e protésica

A Doença Degenerativa do Disco refere-se, em geral, à instabilidade e à degenerescência estrutural do disco intervertebral. Essa degenerescência ocorre como parte do processo normal de envelhecimento e é muito frequentemente causa de dor. Se a dor se torna crónica e não responde aos tratamentos não-...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Alcântara, Idalina (author)
Other Authors: Silva, Sérgio (author), Completo, António (author), Fonseca, Fernando (author), Veloso, José (author), Ramos, António (author), Relvas, Carlos (author), Simões, José (author)
Format: article
Language:por
Published: 1000
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/8367
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/8367
Description
Summary:A Doença Degenerativa do Disco refere-se, em geral, à instabilidade e à degenerescência estrutural do disco intervertebral. Essa degenerescência ocorre como parte do processo normal de envelhecimento e é muito frequentemente causa de dor. Se a dor se torna crónica e não responde aos tratamentos não-cirúrgicos, a substituição total do disco é uma alternativa que permite preservar o movimento na coluna vertebral e eliminar, ou diminuir, a dor. Contudo, os resultados da artroplastia de disco não são melhor que a fusão vertebral e não são comparáveis com o elevado sucesso de outras artroplastias. Assim, o objetivo do presente estudo foi determinar de que modo a substituição do disco lombar altera a biomecânica das vértebras adjacentes relativamente à situação natural, avaliando os riscos dessas modifi cações em termos de alteração do mecanismo de remodelação óssea e dano por ação de fadiga no osso, utilizando, para isso, modelos computacionais pelo método dos elementos fi nitos. Foram estudados dois modelos no nível L4-L5, um em que o disco foi substituído pela prótese Prodisc-L® e outro que permaneceu intacto, para uma atividade fi siológica de marcha. Os resultados de deformação observados no osso cortical e no osso esponjoso, sob o disco intervertebral, evidenciam que a passagem do disco nativo para o disco protésico altera o comportamento biomecânico das vértebras adjacentes. O risco de falência da prótese de disco intervertebral parece, de facto, não estar relacionado com o efeito de "stress-shielding" e, logo, com a reabsorção óssea, devido a uma diminuição do estímulo mecânico (deformação) do osso. Pelo contrário, o risco, a existir, resulta de um processo de fratura por fadiga (fratura de "stress") da vértebra, já que se observou um incremento do nível de deformação nas vértebras adjacentes à prótese relativamente à situação natural. Contudo, este risco parece não existir para os níveis de carga considerados neste estudo. No entanto, em casos que a atividade fi siológica aumente signifi cativamente a carga sobre a vértebra adjacente à prótese e seja uma atividade repetitiva, o risco de fratura de "stress" pode estar presente. Um comentário breve, baseado nos resultados deste estudo, seria que um paciente sujeito a esta artroplastia deveria evitar esforços que vão para além de uma atividade fi siológica normal, especialmente se estes forem repetitivos.