Hiperglicemia como indicador de prognóstico na síndrome de resposta inflamatória sistémica/sépsis

O desenvolvimento de hiperglicemia de stress é frequentemente observado em doentes críticos, nomeadamente perante quadros clínicos de síndrome de resposta inflamatória sistémica (SRIS) e sépsis. A nível da medicina humana, diversos estudos têm vindo a demonstrar que a hiperglicemia desenvolvida nest...

ver descrição completa

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Umbelino, Inês Lourenço (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2017
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10437/7773
País:Portugal
Oai:oai:recil.ensinolusofona.pt:10437/7773
Descrição
Resumo:O desenvolvimento de hiperglicemia de stress é frequentemente observado em doentes críticos, nomeadamente perante quadros clínicos de síndrome de resposta inflamatória sistémica (SRIS) e sépsis. A nível da medicina humana, diversos estudos têm vindo a demonstrar que a hiperglicemia desenvolvida nestas situações se apresenta associada a um mau prognóstico, contribuindo para o aumento da morbilidade e mortalidade. Tendo em conta a necessidade de estudos que comprovem esta relação a nível da medicina veterinária, com a presente dissertação pretendeu-se averiguar se, em cães, a hiperglicemia desenvolvida em situações de SRIS e sépsis é responsável por influenciar negativamente o prognóstico. Adicionalmente, pretendeu-se verificar se, na presença de hiperglicemia, o desenvolvimento de hiperlactatemia concomitante é responsável por influenciar o prognóstico ou se a hiperglicemia é indicativa de um mau prognóstico independentemente das concentrações séricas de lactato. O presente estudo contemplou, assim, uma amostra de 34 cães admitidos no Hospital Veterinário da Arrábida (HVA), ao longo de um período de 6 meses, entre 21 de setembro de 2015 e 21 de março de 2016, que, apresentando um quadro clínico de SRIS/sépsis, desenvolveram hiperglicemia. Os resultados obtidos sugerem que graus mais elevados de glicemia se apresentam associados a um aumento da morbilidade e mortalidade. Por outro lado, a hiperglicemia, na ausência de hiperlactatemia, não aparentou contribuir para a mortalidade dos doentes, contudo, quando esta se apresentou em associação com concentrações séricas de lactato elevadas, verificou-se um aumento da mortalidade dos mesmos. Deste modo, concluiu-se que a hiperglicemia aparenta constituir um indicador de prognóstico em cães com critérios de SRIS/sépsis. No entanto, a presença de hiperlactatemia concomitante deve ser tida em consideração, uma vez que, quando avaliados em simultâneo, os valores de glicose e lactato aparentam fornecer informações mais fidedignas acerca do prognóstico do que quando avaliados isoladamente.