Resumo: | O Ensino Clínico constitui-se como um importante componente na formação em Enfermagem, sendo fundamental para o desenvolvimento de competências do futuro enfermeiro, assim como para um primeiro contacto com a realidade da prática. A supervisão clínica apresenta, então, um papel de relevo neste processo, servindo para orientar, acompanhar e apoiar o estudante, tendo como principal objetivo a facilitação da aprendizagem e a promoção do seu desenvolvimento profissional e pessoal. O presente estudo tem como objetivo analisar as perceções e introspeções de enfermeiros supervisores especializados em contexto da enfermagem de saúde familiar, sobre a supervisão em ensino clínico tendo em conta as suas vivências significativas. Recorreu-se a uma metodologia qualitativa, desenvolvendo-se um estudo exploratório-descritivo, com o objetivo de explorar e descrever o fenómeno da supervisão clínica em Enfermagem. Para tal realizaram-se entrevistas a 10 enfermeiros supervisores especializados em saúde familiar. Os dados obtidos foram analisados recorrendo à técnica de análise de conteúdo de Bardin. Como resultados a supervisão clínica tem como objetivo principal a orientação e acompanhamento dos estudantes de enfermagem, proporcionando o contacto com a prática clínica real de enfermagem. Para a supervisão clínica é muito importante o desenvolvimento da prática reflexiva assim como de uma relação positiva entre o supervisor e o estudante. Para ser responsável pela supervisão, o enfermeiro especialista tem de possuir certas características tais como: conhecimentos técnicos e científicos atualizados, capacidade de relação interpessoal, empatia e promover a prática reflexiva. As vivências significativas são muito importantes para o desenvolvimento da prática clínica funcionando como marcos de aprendizagem, que permitem o avanço do saber dentro da enfermagem. As conclusões obtidas vão no sentido da grande importância da implementação da supervisão clínica para um desenvolvimento profissional eficaz, para que melhores enfermeiros sejam formados, melhorando assim a qualidade dos serviços de saúde, uma melhor organização das unidades clínicas e um aumento da satisfação dos enfermeiros.
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