Summary: | A inteligência emocional e a assertividade são competências indispensáveis para o exercício profissional nas áreas do cuidar humanizando a prestação de cuidados. Para o estudo destas dimensões nas áreas do cuidar, o presente trabalho encontra-se organizado em duas partes. A primeira parte abrange dois artigos de revisão sistemática da literatura objetivando a análise da relação da inteligência emocional e assertividade em estudantes universitários (1º revisão); e profissionais e estudantes universitários de áreas do cuidar (2ª revisão) tendo em conta a idade, o sexo, área e ano de formação. Na primeira revisão, os resultados sugerem que o sexo masculino revela maior assertividade, já a inteligência emocional revela ser mais elevada no sexo feminino. Conclui-se, ainda, que a inteligência emocional e assertividade demonstraram-se bons preditores do desempenho académico dos estudantes, podendo ser promovidos durante a prática, em estágios curriculares. Na segunda revisão, constatou-se que os estudantes universitários e profissionais de áreas do cuidar demonstram apresentar bons níveis de assertividade e inteligência emocional. A faixa etária dos 18-30 anos é a que apresenta níveis mais elevados de inteligência emocional, enquanto que, relativamente à assertividade. quanto maior a idade, maior parece ser o nível de assertividade. Alunos do 2º e 3º ano de formação possuem níveis de assertividade mais elevados, sendo o sexo masculino mais assertivo que o feminino. Nos profissionais, a assertividade revelou desempenhar um papel protetor de problemas psicológicos. A inteligência emocional e a assertividade têm um papel preditor no desempenho académico e desempenho profissional, e um papel protetor do desconforto emocional no exercício do cuidar. A segunda parte desta dissertação, inclui um artigo empírico relativo a um estudo cujo objetivo geral é descrever os níveis de inteligência emocional e assertividade, mais especificamente, compreender a relação da inteligência emocional e assertividade com a idade, e analisar se existem diferenças estatisticamente significativas entre a inteligência emocional, assertividade, sexo, ano e áreas de formação. Uma amostra de 133 estudantes universitários dos quais 56,39% (N=75) são de áreas do cuidar, respondeu a um Questionário sóciodemográfico, ao Questionário de Competência Emocional e ao Questionário de Comportamento Interpessoal. Os resultados atingidos revelam que, relativamente à inteligência emocional os estudantes de áreas do cuidar tenham elevados níveis, correspondendo a cerca de 70% da pontuação máxima. Quanto aos níveis de assertividade demonstrados pelos estudantes universitários de áreas do cuidar, estes posicionam-se abaixo de 50% da pontuação máxima. No que respeita à inteligência emocional e assertividade, não existem diferenças estatisticamente significativas relativamente ao sexo, ano e área de formação, não se encontrando, simultaneamente, relação estatisticamente significativa da idade com a inteligência emocional e assertividade. Conclui-se, assim, que é importante existir um investimento no papel das competências socioemocionais, inteligência emocional e assertividade em estudantes do ensino superior, no período de formação que antecede a prática da profissão nas áreas do cuidar.
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