A perceção dos professores sobre a Educação Sexual nas escolas: estudo qualitativo com professores do 3.º ciclo.

Já há muitos anos que a sexualidade e a sua abordagem deixou de ser um tema omitido pela nossa sociedade. Inclusivamente, nos últimos anos, tem assumido uma posição mais activa pois, aos poucos, a sociedade foi-se apercebendo da necessidade de a exaltar para um melhor desenvolvimento dos indivíduos....

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Silva, Joana Margarida Dias da (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2014
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/11328/785
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.uportu.pt:11328/785
Descrição
Resumo:Já há muitos anos que a sexualidade e a sua abordagem deixou de ser um tema omitido pela nossa sociedade. Inclusivamente, nos últimos anos, tem assumido uma posição mais activa pois, aos poucos, a sociedade foi-se apercebendo da necessidade de a exaltar para um melhor desenvolvimento dos indivíduos. Como é sabido, são vários os elementos que influenciam a sexualidade dos sujeitos, entre eles a escola. Assim, sabendo que a educação sexual se tornou tema obrigatório em ambiente escolar ao nível das áreas curriculares disciplinares e não disciplinares e tendo em conta que os professores são reconhecidos como um dos principais agentes de incitação de saberes e valores, e, que no que respeita à abordagem da educação sexual, é-lhes conferida uma certa ‘margem de manobra’ no planeamento e execução da temática, tornou-se importante, não só perceber qual a percepção de docentes acerca da inclusão da temática em meio escolar, como entender a sua perspectiva sobre a influência das características pessoais e envolventes nas suas escolhas para o seu desenvolvimento em contexto escolar. Para o efeito, no final do ano lectivo de 2010/2011, desenvolveram-se três entrevistas semi-estruturadas a professores de um dado estabelecimento de ensino da zona centro norte de Portugal Continental, que tivessem abordado a temática com os seus alunos. Depois de analisados os dados, através do método qualitativo de análise de conteúdo, percebemos que, apesar de todos os participantes terem concordado com a abordagem da temática no contexto escolar, os três fazem subentender uma abordagem ‘forçada’ pelo carácter obrigatório do Programa de Educação Sexual, incluído na Educação para a Saúde, e por todas as diretrizes que este programa incita e não por a acharem tão importante ao ponto de a incluírem por vontade própria. Por exemplo, sentem-se ‘obrigados’ a abordá-la nas disciplinas cujos conteúdos curriculares compreendam a componente biológica da sexualidade; ‘coagidos’ pela docência da Formação Cívica, bem como pelo cargo de director de turma. Depreendeu-se também que, para além da interferência das características e opiniões pessoais, apesar de alguns argumentarem ter uma conduta neutra, existem outros factores que podem influenciar a abordagem dos docentes neste âmbito, como sejam: a opinião dos pais, a religião dos alunos, entre outros. No entanto percebeu-se ainda que os docentes que abordavam a educação sexual ao nível da sua unidade curricular, integrada na componente de transversalidade designada pela legalidade, não procederam a qualquer adaptação ou actividade específica para abordar o tema na unidade curricular pela qual eram responsáveis. Constatou-se sim que os docentes subentendiam algumas das suas temáticas curriculares como temas previstos para a educação sexual e assim já estariam implicitamente a abordá-la.