Summary: | A linguagem oral, comummente referida como fala, é, por norma, o meio preferencial e eficaz de comunicação no ser humano. Para que uma criança domine a fala é necessário que ela passe pelo desenvolvimento fonológico que se dá de forma gradual até atingir o nível de desenvolvimento do sistema fonológico equivalente ao de um adulto. Quando por algum motivo a criança não consegue acompanhar o desenvolvimento normativo surgem as perturbações dos sons da fala, que podem estar associadas a uma desorganização do sistema fonológico e caracterizam-se pela presença de substituições, omissões e ou distorções dos sons da fala. As perturbações dos sons da fala são das patologias mais atendida pelos terapeutas da fala e talvez por isso existam diversas abordagens de intervenção, uma delas, com recurso ao uso de praxias orofaciais não-verbais. Estas caracterizam-se pela realização de exercícios motores orais que não exigem a produção de sons da fala mas que, segundo alguns estudos, podem ser usados para ultrapassar dificuldades na produção dos mesmos. Partindo deste pressuposto, foi realizado um estudo quantitativo e transversal cujo objetivo principal é caracterizar o uso de terapia orofacial não-verbal por Terapeutas da Fala Portugueses na intervenção com Perturbação dos Sons da Fala e avaliar o conhecimento que sustenta o seu uso. Participaram no estudo 189 terapeutas da fala portugueses, que responderam a um questionário online. Após analisados os critérios de exclusão o número total de participantes foi de 172. O questionário, originalmente dos autores Thomas & Haipa (2015) foi devidamente traduzido e adaptado à realidade portuguesa. Através da análise dos resultados podemos dizer que 80,2% dos participantes dizem que as praxias orofaciais não-verbais são eficazes na intervenção das perturbações dos sons da fala. Quanto à aquisição de conhecimentos acerca desta abordagem, 89,6% dos respondentes diz ter adquirido o conhecimento durante a licenciatura e/ou em pós-graduações.
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