Summary: | A literatura tem apontado para que as variáveis individuais, familiares e sociais se influenciem circularmente, contribuindo para o risco de desenvolvimento de comportamentos alimentares perturbados na adolescência. Através de um desenho quantitativo transversal e com uma amostra de 326 adolescentes com idades compreendidas entre os 11 e os 13 anos, o presente estudo pretende analisar: (a) as diferenças entre a ansiedade, depressão, stress, frequência das refeições em família e insatisfação com a imagem corporal em função do género, do grupo de púberes (pré-púberes e pós-púberes) e dos ritmos de maturação (b) identificar os preditores do comportamento alimentar perturbado; e (c) compreender se a maturação tem um papel moderador nestas relações. Os resultados obtidos mostraram que: os pós-púberes apresentam níveis mais elevados de insatisfação com a imagem corporal, em relação aos pré-púberes; o sexo feminino apresenta níveis mais elevados de insatisfação com a imagem corporal, em relação ao sexo masculino; a ansiedade e a insatisfação com a imagem corporal são preditores positivos do comportamento alimentar perturbado; e a maturação tem um efeito moderador da relação entre a ansiedade e o comportamento alimentar perturbado. Este estudo tem implicações para a literatura na área da psicologia do desenvolvimento, psicologia clínica, adolescência e perturbações da alimentação e ingestão, ao relevarem o papel da maturação na avaliação das trajectórias (in)adaptativas na adolescência e do trabalho clínico centrado na imagem corporal e na sintomatologia ansiosa como forma de diminuição do risco de desenvolvimento de perturbações da ingestão e da alimentação.
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