Abundância e diversidade de poliquetas nos canhões submarinos portugueses

O trabalho foi realizado na costa Oeste da Margem Ibérica em três canhões submarinos Portugueses: Nazaré, Setubal e Cascais, a três profundidades: 1000m, 3400m e 4300m; e em duas zonas de talude continental, adjacentes aos canhões de Nazaré e Setubal, a 1000m de profundidade. São estudadas as comuni...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Tiago, Áurea Raquel Pinto (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2011
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/771
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/771
Description
Summary:O trabalho foi realizado na costa Oeste da Margem Ibérica em três canhões submarinos Portugueses: Nazaré, Setubal e Cascais, a três profundidades: 1000m, 3400m e 4300m; e em duas zonas de talude continental, adjacentes aos canhões de Nazaré e Setubal, a 1000m de profundidade. São estudadas as comunidades de poliquetas com o objectivo de identificar diferenças entre as comunidades do talude continental e dos canhões submarinos, determinar a ocorrência de padrões de abundância, biomassa e diversidade relacionados com o gradiente de profundidade e interpretar essas diferenças em relação com as condições ambientais dos diferentes canhões. No que se refere à estrutura vertical no sedimento, a macrofauna de uma forma geral apresenta um decréscimo de abundância e do número de espécies com o aumento da profundidade do sedimento. Apesar disso, a biomassa apresenta valores mais elevados a maior profundidade do sedimento. De acordo com a abundância, biomassa, dominância e estrutura da comunidade os diferentes ambientes estudados (canhão e talude continental) apresentam diferenças significativas, mas também se detectou variabilidade entre as comunidades dos diferentes canhões e a diferentes profundidades. A 1000m, nos canhões e talude continental, a dominância é baixa e a equitabilidade elevada, mas a diversidade foi geralmente mais baixa no talude continental. A esta profundidade as comunidades apresentam elevadas abundâncias de carnívoros e omnívoros. A dominância foi mais elevada para todos os canhões a 3400m, apesar dos canhões de Nazaré e Setúbal apresentarem comunidades mais dominadas, principalmente pelos detritívoros de superfície e de sub-superfície. No que respeita à densidade de indivíduos, os canhões submarinos da Nazaré e Setúbal apresentam valores mais elevados, com valores máximos a profundidades intermédias, mas no caso da biomassa média individual, os valores mais elevados são encontrados no canhão de Cascais. As variações na composição e estrutura das comunidades podem ser relacionadas com a origem e distribuição de carbono orgânico particulado que é interpretado como a principal fonte de alimento para as comunidades bentónicas dos canhões. Concluindo, neste trabalho existem evidências de que as diferentes áreas analisadas, em relação às comunidades de poliquetas, apresentam padrões diferentes ao longo do gradiente de profundidade e nos três canhões, reforçando a idéia que os canhões são sistemas com caracteristicas únicas e comunidades particulares, diferindo de outros canhões.