Avaliação de impactes de fenómenos meteorológicos extremos nas florestas portuguesas, com recurso a imagens de satélite multiespectrais

Atualmente, a população enfrenta desafios constantes tais como o aumento dos gases com efeitos estufa na atmosfera, a subida do nível da água do mar, bem como a ocorrência da passagem de fenómenos meteorológicos e climáticos extremos, que provocam perdas irreversíveis. Com o intuito de mitigar estas...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Silva, Joana Catarina Pereira Vaz da (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10348/10566
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.utad.pt:10348/10566
Description
Summary:Atualmente, a população enfrenta desafios constantes tais como o aumento dos gases com efeitos estufa na atmosfera, a subida do nível da água do mar, bem como a ocorrência da passagem de fenómenos meteorológicos e climáticos extremos, que provocam perdas irreversíveis. Com o intuito de mitigar estas alterações, a sociedade tem procurado desempenhar um papel crucial na tomada de decisão centrada em medidas proativas, bem como na promoção de um território mais resiliente a estes fenómenos. O estudo desenvolvido procura explorar o uso de imagens de satélite na quantificação dos potenciais impactes promovidos pela ocorrência de fenómenos meteorológicos. Assim, recorreu-se à deteção remota a fim de avaliar os impactes potenciais promovidos pela depressão extratropical Gisele na floresta do Norte de Portugal Continental, no inverno de 2017/2018. Para o efeito, foram consideradas apenas zonas geridas pelo ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e Florestas) com incidência no Perímetro Florestal das Serras do Marão Vila Real e Ordem, onde se estimaram perdas a rondar os 919,22 m3 de material lenhoso que corresponde a um total de 2567 árvores, sendo 757,51 m3 referente a Pinus sylvestris e 161,71 m3 da espécie Pinus pinaster. As imagens utilizadas foram obtidas através de uma base de dados de acesso livre à comunidade científica, tendo sido utilizadas imagens do satélite Landsat 8 e do sensor MODIS. Deste modo, com vista a identificar o possível local de extração do material lenhoso afetado pela depressão extratropical Gisele, foram aplicados dois índices de vegetação o Normalized Difference Vegetation Index (NDVI) e Normalized Burn Ratio (NBR) em duas imagens de satélite, uma pré e uma pós passagem do fenómeno meteorológico extremo, respetivamente. As datas de referência das imagens foram de 21/11/2017 e de 3/07/2018, onde através da subtração de ambas tornar-se-á possível avaliar na área de estudo a evolução da vegetação entre o intervalo de tempo referido. Após a subtração das imagens e uma posterior reclassificação, será possível identificar ao longo do perímetro florestal zonas onde existiu uma perda de vegetação. Visto que as espécies florestais afetadas foram o Pinus sylvestris e o Pinus pinaster, torna-se então possível cruzar o mapa reclassificado com a localização exata destas espécies florestais, através da Carta de Uso e Ocupação do solo do ano de 2018. A mesma metodologia será aplicada para imagens do sensor MODIS, mas como se trata de imagens anuais será apenas aplicado a subtração e a posterior reclassificação, neste caso para quantificação da biomassa primária. Os resultados da aplicação dos índices coincidem com as zonas demarcadas pelas imagens MODIS, onde apresentam valores de perda de carbono armazenado. No índice NDVI, 1,03% do perímetro florestal sofreu uma redução de vegetação, sendo que no índice NBR apresenta um valor significativamente diferente, cerca de 5,86 %. Sendo a área de estudo ocupada por diferentes tipos de coberto, nem todo o território classificado como perda poderá ser considerado como local possível para a remoção de material lenhoso devido ao comportamento espectral da água onde apenas existe reflexão nos comprimentos de onda do visível.