Resumo: | Em vésperas da guerra colonial, em Luanda, o ABC-Diário de Angola explorava o distanciamento possível face ao regime de Salazar e à sua política ultramarina. Com uma abordagem inspirada em análise de conteúdo e de discurso de noticiário cruzada com pesquisa em arquivo, neste artigo identificam-se opções editoriais e propõe-se uma caraterização de um diário que chegou a ser visto no Ministério do Ultramar como uma «perigosa 5ª coluna». Reflete-se também sobre a singularidade que o jornal conseguiu ter no quadro do regime autoritário do Estado Novo. Sem o seu fundador, Machado Saldanha, o jornal evoluiria no final da década de 1960 para um alinhamento com as autoridades, tornando-se um arauto do marcelismo.
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