Viabilidade do uso de bioetanol como combustível alternativo

Os problemas relacionados com o consumo energético e emissões de poluentes relativos ao setor dos transportes representam seguramente a maior preocupação ao nível europeu no que respeita às emissões de gases de efeito de estufa (GEE) e à poluição atmosférica. O preço do petróleo é outra preocupação...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Henriques, Henrique João Castanheiro (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2013
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/10127
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/10127
Descrição
Resumo:Os problemas relacionados com o consumo energético e emissões de poluentes relativos ao setor dos transportes representam seguramente a maior preocupação ao nível europeu no que respeita às emissões de gases de efeito de estufa (GEE) e à poluição atmosférica. O preço do petróleo é outra preocupação crescente, que gera a necessidade de poupança de combustível. Uma das formas de resolver / minimizar estes problemas é através da aposta em novas tecnologias, como os combustíveis alternativos. As ferramentas para Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) permitem identificar e quantificar os consumos energéticos e as emissões de poluentes de um combustível desde a sua produção até à sua utilização nos veículos. No entanto, as ferramentas numéricas mais apropriadas para a avaliação de ciclo de vida de combustíveis encontram-se concebidas, muitas vezes, para uma realidade distinta da realidade Europeia / Portuguesa. Assim, pretende-se com este trabalho atualizar a ferramenta numérica de ACV GREET (desenvolvida pelo Argonne National Laboratory), para contemplar a realidade Europeia no que se refere ao ciclo de vida do bioetanol. A atualização do modelo GREET originou o modelo MACVEtOH, que após ser calibrado foi submetido a um caso de estudo baseado no percurso do Oceanário de Lisboa à Universidade de Aveiro com veículos ligeiros de passageiros. Na análise de fonte-ao-depósito (WTP) concluiu-se que o bioetanol, independentemente da origem deste, apresenta maior consumo energético total (de 6,9 a 10,2 vezes o consumo da gasolina) e de energia fóssil (1,6 a 3,3 vezes o valor de referência) do que a gasolina. Considerando apenas as emissões de poluentes locais, concluiu-se que a gasolina é o combustível menos poluente. Contudo, relativamente às emissões de GEE concluiu-se que o bioetanol apresenta emissões inferiores à gasolina (de 0,3 a 0,65 vezes o valor da gasolina). Na análise de fonte-à-roda (WTW), relativamente ao consumo energético total por quilómetro percorrido, concluiu-se que o veículo FFV E85 apresenta um consumo energético superior ao do veículo ICE a gasolina (1,6 a 2,1 vezes) enquanto o veículo ICE E10 apresenta um consumo praticamente igual ao do veículo ICE a gasolina (1,04 a 1,06 vezes o do veículo padrão). Quanto ao consumo de energia fóssil por quilómetro percorrido, o veículo FFV E85 apresenta valores inferiores aos do veículo a gasolina (0,32 a 0,48 vezes o consumo do veículo de referência), enquanto o veículo ICE E10 apresenta um consumo praticamente igual ao do veículo a gasolina (0,93 a 0,95 vezes o valor do veículo de referência), sendo que o bioetanol de gramíneas, resíduos florestais e árvores são os que consomem menos energia de origem fóssil. Quanto aos poluentes locais, a gasolina é a que apresenta emissões inferiores. Relativamente aos GEE, o veículo FFV E85 apresenta menores emissões que o veículo a gasolina (0,13 a 0,56 vezes as emissões do veículo de referência) enquanto o veículo ICE E10 apresenta emissões praticamente iguais às do veículo ICE a gasolina (0,936 a 0,938 vezes as emissões do veículo padrão).