Summary: | Em 2015, as alterações climáticas são elevadas ao mesmo nível de ameaça que armas de destruição em massa e ataques terroristas na National Security Strategy of United States of America, fomentando discussões sobre a construção de uma das maiores ameaças do Século XXI. A pesquisa tem como objetivo identificar fatos e eventos que contribuíram para que as alterações climáticas fossem inseridas na agenda política e nos estudos sobre segurança, decorrentes de um processo de securitização em construção. Para isso, foram selecionados pontos interconectados com alterações climáticas, segurança e forças armadas, com recorte temporal entre 1945 e agosto de 2015. O corpus, formado com documentos oficiais e bibliografia de centros de referência sobre estudos de defesa e segurança da América e Europa, foi examinado utilizando como unidades de análise as propostas pela Escola de Copenhagen que tratam do processo de securitização. Os resultados apontam para: (i) recente inserção das alterações climáticas (rol das ameaças) nas principais estratégias de segurança ocidentais, dentro de um processo de securitização; (ii) possibilidade das alterações climáticas tornarem-se “potencial geradora de déficit de soberania”, legitimando futuras ações; (iii) alterações climáticas (como ameaça “militar” ou “não militar”) terão reflexos para as forças armadas (exigindo novas capacidades).
|