Resumo: | O processo de transformação que se verifica nos últimos anos no Ártico, não é mais do que tem acontecido nas duas últimas décadas, com a única diferença de que o degelo tem vindo a acentuar-se e a diminuição da cobertura de gelo marinho afetou significativamente as populações, a fauna e a flora da região. O que para uns, significa maiores e melhores comunicações pelas “novas” rotas marítimas durante períodos de tempo mais alargados, bem como mais fácil acesso às reservas de recursos naturais até então inexplorados, para outros o degelo significa, poluição, a perda cada vez maior da biodiversidade, da pureza de água, gelo e ar, e a alteração de modelos de vida para, e principalmente, os indígenas da região tais como os Inuits, os Saamis, e outros. O impacto das alterações climáticas que se manifestam no Ártico com maior intensidade, pode igualmente ter um impacto muito significativo no resto do mundo. As condições atuais trouxeram mais tecnologia, maiores oportunidades e riqueza para os Estados Árticos (EA) e não-árticos como por exemplo a China, mas também ao acentuar de interesses e divergências entre os Estados Costeiros (EC), alinhados por espaços geográficos estratégicos de exploração, sendo uma das causas da militarização que se tem visto a aumentar, Esta realidade, colocará desafios aos EA que inevitavelmente se envolveram com novas políticas, Tratados e Leis para procurarem soluções aos novos desafios, referentes por exemplo à definição das suas fronteiras marítimas e aos regimes de navegação, com potencial para criar novas tensões, e afetar o desenvolvimento sustentável na região e do meio ambiente.Assim, novas políticas tanto dos EA como de outros atores do Sistema Internacional (SI) foram criadas para atender essa nova realidade ambiental e política, seguindo estratégias que visam uma melhor relação com os vizinhos e, ao mesmo tempo, propondo diretrizes para a exploração de recursos de maneira menos danosa ao meio ambiente, garantindo também a integração dos povos indígenas nas políticas regionais. A União Europeia tem como sua estratégia para o Ártico o provimento científico principalmente relativo às alterações climáticas, uma vez que a Europa é substancialmente atingida pelas suas consequências, além da defesa dos seus interesses na região, sendo para isso fundamental integrar o Conselho Ártico (CA). Os EC continuarão a desempenhar o papel central na Governança do Ártico, através de acordos bilaterais e multilaterais regionais e o CA, adquirirá um papel mais relevante como órgão de promoção do diálogo e cooperação em áreas de interesse comum.
|