Resumo: | As comunidades pré-históricas viam no seu território o axis-mundis a partir do qual se organizavam os diversos espaços: da vida, da morte e do simbólico/ritual. A antropização deste território efectuava-se de diversos modos, sendo o recurso aos grafismos, uma prática relativamente comum. No caso do Maciço Calcário Estremenho, a arte esquemática corresponde a um determinado programa conceptual das comunidades que o habitaram durante a Pré-Historia recente. Através da pintura marcaram locais específicos do território, que teriam significados e simbologias próprias enquadradas no seu quotidiano, podendo funcionar como marcadores simbólicos da paisagem. A Lapa dos Coelhos localiza-se numa área com inúmeros sítios arqueológicos identificados, podendo ser possível traçar padrões de dispersão no território, quer através da análise topográfica, como dos próprios contextos arqueológicos. A existência de camadas sedimentares faz com que o estudo dos materiais arqueológicos e da estratificação permitam uma associação cronológica às representações pictóricas aí existentes, tendo em conta porém os problemas tafonómicos e o facto de se tratar sempre de uma relação de verosimilhança nunca objectivamente verificável.
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