A usabilidade e aceitabilidade da terapia de exposição através da realidade virtual do medo de falar em público: estudo de caso único

A glosofobia ou medo de falar em público é uma especificação da Perturbação de Ansiedade Social (PAS). A Terapia Cognitivo-Comportamental tem-se mostrado eficaz no tratamento da PAS através da Terapia de Exposição (TE). A TE pode ser realizada através de três modalidades: in vivo, na imaginação e at...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Barboza, Gabriela Nunes (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.1/15175
Country:Portugal
Oai:oai:sapientia.ualg.pt:10400.1/15175
Description
Summary:A glosofobia ou medo de falar em público é uma especificação da Perturbação de Ansiedade Social (PAS). A Terapia Cognitivo-Comportamental tem-se mostrado eficaz no tratamento da PAS através da Terapia de Exposição (TE). A TE pode ser realizada através de três modalidades: in vivo, na imaginação e através da Realidade Virtual (RV). A TE em RV, é considerada como uma modalidade intermédia entre a exposição por imaginação e a exposição in vivo. Diversos estudos têm mostrado a eficácia da TE aplicada através de RV na redução da glosofobia. Estes estudos recorreram, contudo, a softwares e/ou hardware dispendiosos e pouco acessíveis que não permitiam a aplicação generalizada em contexto clínico. Hoje em dia, estão disponíveis, no mercado, software e hardware de RV muito acessíveis que podem ser utilizados em qualquer ambiente clínico apenas com recurso a um smartphone. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar, através de um desing de caso único, a usabilidade e aceitabilidade de um programa de Terapia de Exposição, aplicado com recurso a um programa de software livre de RV e equipamento acessível a qualquer psicólogo clínico, na redução do medo de falar em público. Método: Foram seguidas as guidelines do artigo de Tate e colaboradores (2016) como design de caso único do tipo AB. Foi avaliado o medo de falar em público, o medo da avaliação negativa, a ansiedade e evitamento em situações de desempenho e interação social, antes e depois da aplicação da TE; a usabilidade e aceitabilidade depois das sessões; e a ansiedade, a frequência cardíaca, os pensamentos e o senso de presença durante a aplicação da exposição. Resultados: As pontuações das escalas de autorrelato do medo de falar em público e da ansiedade e evitamento tiveram uma redução significativa. Já a medida do medo de avaliação negativa teve redução, porém não foi significativa. O nível de ansiedade foi reduzido nos itens da hierarquia de exposição e a participante obteve um bom nível de senso de presença. Já o escore do Questionário de Usabilidade e Aceitabilidade (SUS) foi considerado bom e aceitável, de acordo com o artigo de Bangor e Miller (2009). Conclusões: O estudo teve uma boa eficácia na intervenção na RV, porém, por ser um estudo de caso único, não é generalizável e adequado para comprovar a eficácia com precisão. Com isso, estudos futuros são necessários, principalmente com uma amostra maior.