Summary: | A reabilitação de edifícios é uma atividade em franca expansão, tanto pela crescente preocupação cultural na manutenção e recuperação deste tipo de edifícios, como pela quantidade de edifícios antigos com necessidades urgentes de intervenção. Embora nos últimos anos, se tenha verificado um aumento, ou uma maior aposta, nas intervenções de reabilitação, não deixa de ser verdade que Portugal se encontra na cauda da Europa, no que a este aspeto se refere. A aposta na conservação dos edifícios, antes de se verificar a necessidade de uma intervenção de reabilitação profunda e de grandes encargos financeiros, seria uma mais valia, tanto para o próprio edifício como para o seu promotor. Sendo a maioria dos edifícios históricos (monumentos) constituídos essencialmente por pedra, pelo menos na sua parte estrutural, a qual suporta todos os outros elementos, a conservação dos materiais pétreos torna-se essencial para o sucesso de todas as outras intervenções realizadas, ou mesmo para a não intervenção em outros elementos. Uma situação muito comum e preocupante é o modo como se procede ao levantamento e análise das patologias ou anomalias detetadas num determinado monumento ou nos seus materiais constituintes. O levantamento das patologias, irá condicionar todo o projeto de reabilitação e consequentemente a sua execução e custos associados, pelo que se julga de extrema importância reduzir a subjetividade desta etapa, não deixando ao critério de uma única pessoa ou entidade que se desloca ao local. Muitas vezes, nestes casos, tratam-se de intervenientes sem conhecimentos técnicos para o efeito, e assumem a responsabilidade de dar início a um processo que, normalmente, envolve muitos milhares de euros. Parece extremamente importante, tal como noutras áreas projetuais, estabelecer uma representação gráfica, que identifique claramente o tipo de patologia que foi detetada ou se pretende tratar. A criação de uma simbologia própria para cada tipo de patologia, vem uniformizar e implementar uma linguagem comum entre os vários profissionais da área. Parece ser unânime e consensual o reconhecimento da elevada importância da objetividade e fiabilidade na recolha dos dados (levantamentos) “in situ”, uma vez que se trata do primeiro contato com as situações patologicas existentes e, se este trabalho se reverter de subjetividade, porá em causa todas as fases de projetos que se seguirão. Um levantamento mal executado, será a base para um projeto de execução inadequado às situações realmente existentes, tendo como consequência a inviabilização da concretização do mesmo, trazendo danos irreversíveis para a edificação, além dos custos económicos inerentes a um projeto desajustado à realidade existente. A inclusão das novas tecnologias, em benefício da redução da subjetividade dos levantamentos realizados em campo, tornando cada processo o mais objetivo e intuitivo possível, independentemente da visão ou sensibilidade do técnico que o realiza, bem como, a fiabilidade dos dados recolhidos e a interação entre vários utilizadores mesmo em locais diferentes, será uma mais valia para se atingir o principal objetivo de um projeto de conservação. O objetivo de elaborar um projeto de execução adequado à situação real, com técnicas e metodologias apropriadas e sem custos associados a erros projetuais, os quais trarão encargos económicos imprevisíveis para os seus promotores.
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