Summary: | Introdução: Os alinhadores transparentes surgiram como alternativa aos aparelhos fixos, e, parecem causar menos alteração no microbioma oral. Desta forma, o seu contributo em alterações clínicas como cárie dentária e doença periodontal é menor. Esta revisão tem como objetivo avaliar a evidência científica que reporta alterações ocorridas no microbioma oral durante o tratamento ortodôntico e analisar as suas implicações ao nível cariogénico e periodontal. Material e métodos: A revisão sistemática utilizou as bases de dados do National Institute of Health, Cochrane Library e Web of Science. Foram realizadas diversas pesquisas com termos MeSH. Dois autores selecionaram os estudos de forma independente e extraíram os dados de acordo com o método PRISMA respondendo à questão PICO. A pesquisa foi realizada no período entre 2000 e 2021 e inclui estudos que abordem alinhadores transparentes e as respetivas listagens de microrganismos presentes na cavidade oral. Resultados: Foram incluídos oito artigos no total, quatro deles abordam alterações no microbioma oral com tratamento ortodôntico fixo e alinhadores transparentes e os restantes apenas com alinhadores transparentes. Pacientes que utilizam aparelhos fixos são mais propensos a bactérias cariogénicas (Streptococcus e Lactobacillus) e os alinhadores transparentes despoletam menor quantidade de bactérias periodontais (Porphyromonas e Fusobacterium). Os géneros Neisseria e Bacillus encontram-se aumentados em utilizadores de alinhadores transparentes, o que sugere que contribuem para a manutenção da saúde oral. Conclusão: Parece haver evidência que pacientes que utilizam aparelhos fixos são mais propensos a bactérias cariogénicas e que os alinhadores transparentes apresentam menos patogenos periodontais, assim, os alinhadores transparentes são menos propensos a desenvolverem doenças periodontais graves em comparação com os aparelhos fixos. Tal facto pode ser justificado pela natureza removível do alinhador e desse modo facilitar a higienização. No entanto, mais estudos, com maior número de pacientes, maior duração e menor heterogeneidade são necessários para conclusões mais sólidas.
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