Resumo: | A imersão das crianças num mundo de referentes escritos e de interacções em torno do objecto “escrita”, permite-lhes fazer um conjunto de descobertas sobre a natureza e funções do código alfabético previamente ao ensino formal. Contudo a riqueza desses contactos e a frequência das transações infantis antes da entrada para a escola é variável, fazendo com que as crianças cheguem à escola em diferentes estádios relativamente à percepção que têm da natureza do código alfabético. A massificação do ensino reflecte-se em estratégias de ensino uniformes e descentradas das confusões conceptuais infantis em relação ao funcionamento do código escrito. A compreensão do princípio alfabético, ou seja a percepção de que as letras ordenadas no espaço das palavras representam os fonemas orais das unidades lexicais, implica competências de elevada complexidade de abstração.Concorrem para esta compreensão a consciência fonológica, o conhecimento deletras e uma percepção da escrita enquanto um código que representa unidades linguística. Cada uma das competências e concepções subjacentes poderá constituir-se como um obstáculo à compreensão do princípio alfabético, condicionando o sucesso académico na aprendizagemda leitura.
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