Summary: | Ao desenvolvimento de um projecto de Arquitectura é indispensável o seguimento de um conjunto de passos coerentes. A metodologia adoptada pelo arquitecto vai convocar toda uma multiplicidade de meios de representação que lhe permitirão, ao longo de um complexo processo, equacionar o futuro objecto arquitectónico e viabilizar a sua posterior concretização. De entre todos os processos de simulação disponíveis para o projectista, elegemos o esquisso como objecto de estudo. O esquisso é um tipo de registo que faz parte do vasto universo do desenho, é uma prática ancestral que vem acompanhando o Homem ao longo do seu percurso, servindo de recurso expressivo e comunicativo e cobrindo um largo espectro de serventias junto do projecto de Arquitectura. É através do esquisso que o arquitecto obtém o primeiro contacto visual com as suas próprias ideias. Sendo o gesto mais imediato do pensamento arquitectónico, não deixa de ser um utensílio básico e eficaz no acompanhamento a todas as diferentes fases do projecto. Não possuindo um padrão comportamental uniforme, os esquissos condensam em si uma série de propriedades, essas sim generalizáveis. Procuramos identificá-las, a fim de compreender o desempenho específico do desenho manual junto do projecto, trazendo-lhe benefícios que fazem do esquisso um instrumento de trabalho insubstituível. Cada esquisso exibe uma linguagem própria, uma identidade gráfica singular, sendo o reflexo ímpar da personalidade profissional de cada arquitecto, da essência dos seus pensamentos, da sua sensibilidade, das suas intenções e decisões. Não obstante a alteração de paradigma imposta pela metamorfose dos tempos e a crescente evolução dos meios digitais, é também intenção deste trabalho questionar o uso da mão, realçando o papel do desenho analógico e o vínculo particular que este estabelece com o arquitecto.
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