Prematuridade, um começo diferente?: Uma amostra com mães primíparas e multíparas

A relação diádica mãe-bebé é fulcral para um bom desenvolvimento deste. Porém, poderá ser dificultada em casos de prematuridade. A literatura tem referido que o nascimento prematuro gera nas mães maiores níveis de ansiedade e sentimentos depressivos e, ainda, uma auto-estima mais baixa, quando compa...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Franco, Carla Alexandra Santos de Jesus (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2013
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10071/4993
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/4993
Descrição
Resumo:A relação diádica mãe-bebé é fulcral para um bom desenvolvimento deste. Porém, poderá ser dificultada em casos de prematuridade. A literatura tem referido que o nascimento prematuro gera nas mães maiores níveis de ansiedade e sentimentos depressivos e, ainda, uma auto-estima mais baixa, quando comparadas com mães de bebés a termo. A presença destes sentimentos poderá gerar um envolvimento emocional mais negativo, bem como um pior vínculo com o recém-nascido. O presente estudo pretende complementar estas pesquisas ao ter como objectivo principal averiguar quais os efeitos da paridade (mães primíparas vs multíparas) e idade do bebé (0-2; 3-15; 16-30 dias) no estabelecimento da relação mãe-bebé prematuro (bonding), no estado psico-emocional (ansiedade, sentimentos depressivos, preocupação) e na auto-estima maternas. Complementarmente pretende-se, ainda, comparar o bonding e o estado psico- emocional em mães de bebés pré-termo e de termo. Para a concretização destes objectivos, e adoptando uma metodologia quantitativa, foi conduzido um estudo com 29 mães primíparas e 21 mães multíparas, ambas com bebés pré- termo (n = 50), na Maternidade Dr. Alfredo da Costa. Em geral, foram encontradas apenas diferenças estatísticas significativas nos sentimentos depressivos em função da paridade, sendo que são as mães multíparas as quem expressam mais estes sentimentos. Quando comparadas com mães de termo, verifica-se que as mães pré-termo possuem alterações psico-emocionais significativas no que respeita à ansiedade. No que diz respeito ao papel da idade do bebé, verificámos apenas um efeito desta variável no bonding e em particular no Bonding Not Clear: são as mães de bebés mais velhos (16-30 dias), que expressam menos emoções não relacionadas com a ligação mãe-bebé (i.e., estar receosa), o que poderá indicar que à medida que os dias passam as emoções das mães que se prendem com preocupações subjacentes à própria condição de prematuridade dos seus filhos vão diminuindo.