Summary: | A grande maioria dos autores ao referir-se à Idade do Bronze em Portugal, e mesmo à Península Ibérica, aludem imediatamente a um fenómeno de grande diversidade geográfica/regional e aceitam, igualmente a existência de um período crescente de complexidade social. O que se pretende com este artigo é reflectir sobre estas questões e olhar a região do Alto Douro numa perspectiva de aferir a existência de continuidades ou descontinuidades "culturais". Até que ponto a investigação deste período, nesta região, produziu um conjunto de materialidades que hoje nos permite refletir sobre a dinâmica inerente a um discurso baseado nos objetos. Cremos que esta afirmação é redutora e será necessário olhar a paisagem, a mobilidade, os contextos arquitectónicos e a sua implantação geomorfológica, pois tudo isto assume-se como espaços de ação humana. A atenção dada à paisagem torna-se importante. Que materialidades existem que possam ser indexadas à idade do Bronze, que contextos, que sítios arqueológicos, onde estão implantados? Partiremos da cartografia de sítios e achados e da sua análise e discussão. Aqui daremos atenção aos sítios bem conhecidos, já escavados ou em processo de escavação; Castelo Velho de Freixo de Numão e Castanheiro do Vento, mas também temos de ter em conta os outros lugares e as suas implantações, Castelo Velho da Meda, Quinta de Alfarela, Alto da Lamigueira, entre outros. Por outro lado, a reflexão relativa às estelas/estátuas menires identificadas nesta área será outro elemento importante deste trabalho que nos permite aumentar o quadro das materialidades e dos seus contextos. Desta forma poderemos refletir sobre as materialidades, as paisagens e os contextos, poderemos ensaiar discursos, e sugerir respostas.
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