Summary: | A Grande Guerra, tida por muitos como um rito da passagem do velho para o novo mundo industrial , foi um acontecimento que marcou indelevelmente a “jovem” República portuguesa. Perante a eminente beligerância, a sociedade portuguesa encontrava-se dividida entre adeptos duma intervenção na Europa e dos que defendiam unicamente uma participação em África. Foi perante este cenário que, em Janeiro de 1917, dando cumprimento ao apelo da Velha Aliança, Portugal enviou para a Flandres francesa um Corpo Expedicionário. Deste modo, em virtude da deficiente capacidade militar portuguesa, sentiu-se a necessidade de padronizar procedimentos adoptando os moldes britânicos, quer ao nível do equipamento e armamento, quer ao nível doutrinário. As tropas portuguesas chegadas a França e após um breve período de instrução complementar, entraram em sector em Julho de 1917, com uma Divisão, ainda sob Comando britânico, assumindo finalmente, em Novembro de 1917, a responsabilidade de todo o sector português enquanto Corpo de Exército, a duas Divisões. O período que decorreu até Abril de 1918 ficou particularmente marcado por um progressivo depauperamento físico e moral das tropas decorrente das adversidades sentidas no dia-a-dia na frente de combate, ao ponto de conduzir à sua rendição por efectivos ingleses. Substituição que não chegou a ter lugar em virtude da batalha de La Lys a 9 de Abril de 1918, que esteve na origem da desagregação do Corpo Expedicionário. Em síntese, neste trabalho são analisados, à luz da doutrina vigente na época, alguns pormenores relacionados com o emprego táctico das Unidades de infantaria, artilharia e de metralhadoras pesadas verificando se os aspectos registados na prática foram de acordo os modelos preconizados ou motivados por alguma dificuldade logística ou operacional.
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