Summary: | O Homem, ao longo das épocas, sempre procurou proteger-se daquilo a que hoje chamamos de riscos sociais. Sempre existiram formas, mais ou menos elaboradas, de entreajuda assentes em princípios solidários e recíprocos, culminando em organizações de proteção social de cariz associativo, designadamente, as associações de socorros mútuos, atualmente denominadas, mutualidades. Num cenário de crise, a proteção social assume-se como uma das prioridades dos cidadãos. Essa proteção, desde o surgimento da Previdência Social, até aos finais do século passado, era assegurada, essencialmente, pela ação do Estado, reservando-se para as mutualidades um papel complementar. Todavia, desde o último quartel do passado século, o Estado deixou, gradualmente, de reunir condições para assegurar aquilo que os cidadãos almejavam. As mutualidades reúnem reconhecidas condições para se assumirem de forma irrevogável, como parceiros privilegiados e de eleição, tanto do Estado, como dos cidadãos. Importa, assim, compreender o posicionamento destas organizações, analisando dados do seu passado recente e sua evolução, perspetivando desafios futuros. Para desenvolver esta reflexão revisitámos fontes históricas, aprofundámos conceitos chave de enquadramento e recolhemos dados sobre três mutualidades que tinham na sua origem a defesa duma classe socioprofissional e cujas organizações atuam nas áreas da saúde, e da previdência social complementar. Da análise da opinião abalizada dos responsáveis de cada mutualidade vislumbram-se algumas trajetórias face ao futuro das mutualidades. A estratégia passa, a nosso ver, por gestão profissional, capacitação, comunicação adequada, dialogo, cooperação, trabalho em rede partilhado e usufruição de benefícios através de parcerias.
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